Mandioca

Mandioca   é o nome pelo qual é conhecida a espécie comestível e mais largamente difundida do gênero Manihot, composto por diversas variedades de raízes comestíveis.
o qual, cortado em pedaços, é usado no plantio. Trata-se de um arbusto que teria tido sua origem no sudoeste da amazonia  e que, antes da chegada dos europeus à América, já estaria disseminado, como cultivo alimentar, até a Mesoamérica (Guatemala, México). Espalhada para diversas partes do mundo, tem hoje a Nigéria como seu maior produtor.
No Brasil, possui muitos nomes, usados em diferentes regiões, tais como: mandioca-brava , a que contém o veneno ácido cianídrico , aipim, castelinha, macaxeira, mandioca_doce, mandioca_mansa, maniva, maniveira, pão_de_pobre, e variedades como aiapuã e caiabana, ou nomes que designam apenas a raiz, como caarina.

Origem
Foi cultivada por várias nações indígenas da América Latina que consumiam suas raízes, tendo sido exportada para outros pontos do planeta, principalmente para a África, onde constitui, em muitos casos, a base da dieta alimentar. No Brasil, o hábito de cultivo e consumo da raiz continua.
      
        Lendas
O folclorista Câmara Cascudo registra alguns mitos sobre a mandioca. São eles:Entre os parecis, povo de Mato Grosso a história é a seguinte: Zatiamare e sua esposa Kôkôtêrô tiveram um par de filhos - o menino Zôkôôiê e uma menina, Atiolô  que era desprezada pelo pai, que a ela nunca falava senão por assobios. Amargurada pelo desprezo paterno, a menina pediu à mãe que a enterrasse viva; esta resistiu ao estranho apelo, mas ao fim de certo tempo, atendeu-a: a menina foi enterrada no cerrado, onde o calor a desagradou, e depois no campo, também lugar que a incomodara. Finalmente, foi enterrada na mata onde foi do seu agrado; recomendou à mãe para que não olhasse quando desse um grito, o que ocorreu após algum tempo. A mãe acorreu ao lugar, onde encontrou um belo e alto arbusto que ficou rasteiro quando ela se aproximou; a índia Kôkôtêrô, porém, cuidou da planta que mais tarde colheu do solo, descobrindo que era a mandioca.
Entre os bacairis a lenda conta de um veado que salvara o bagadu (peixe da família Practocephalus) que para recompensá-lo deu-lhe mudas da mandioca que tinha ocultas sob o leito do rio. O veado conservou a planta para alimentação de sua família, mas o herói dos bacairis, Keri, conseguiu pegar do animal a semente que distribuiu entre as mulheres da tribo.
Câmara Cascudo acrescenta que o nome mandioca advém de Mani + oca, significando casa de Mani. É, segundo este autor, um mito tupi, recontado em obras posteriores como Lendas dos Índios do Brasil, de Herbert Baldus (1946), e Antologia de Lendas dos Índios Brasileiros, de Alberto da Costa e Silva (1956).
Variedades
Existem diversas variedades da planta, que se dividem em mandioca-doce e mandioca-brava (ou mandioca-amarga), de acordo com a presença de ácido cianídrico (que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol). Algumas regiões usam o nome aipim ou macaxeira para designar a mandioca-doce.
As variações não se restringem apenas à quantidade de ácido cianídrico. Variam também as cores das partes de folhas, caules e raíz, bem como sua forma




Utilização
Brasil, a raiz tuberosa da mandioca é consumida de várias formas. Há muitos tipos de farinha de mandioca, que são resultantes da ralagem, prensagem e secamento da raiz da mandioca, e a farinha de tapioca ou polvilho, que é feita com o fino amido proveniente da decantação do caldo prensado da massa de mandioca. No caso do aipim, mandioquinha, mandioca doce ou macaxeira (nomenclatura de acordo com a região - e que se refere à mandioca sem "veneno"), é consumida também somente descascada e cortada em pedaços que são cozidos ou cozidos e depois fritos. Está presente também no preparo de receitas típicas da Amazônia como o tacacá, o molho tucupi, que é preparado com o caldo resultante da prensagem da massa. Com suas folhas cozidas prepara-se a maniçoba.
Dela também são feitas bebidas como o cauim (indígena), feito através de fermentação. Por meio de um processo de destilação, também é produzida uma cachaça ou aguardente de mandioca: a tiquira. Possui elevado teor alcoólico. É comum no Estado do Maranhão mas é pouco conhecida no restante do Brasil.
Durante a implantação do Pró-álcool a mandioca foi estudada como possível alternativa de matéria prima para a produção de etanol.
Dela também se faz outra farinha: o polvilho (fécula de mandioca), doce ou azedo, que serve para a preparação de diversas comidas típicas como o pão de queijo. Apesar de frequente em países da África e da Ásia, para onde foram levadas pelos colonizadores ibéricos, o hábito de utilizar as folhas da planta para alimentação, no Brasil, só ocorre na região Norte.
Na África é comum consumir-se, além da raiz, também as folhas jovens em forma de esparregado. Em Moçambique, estas são piladas (moídas no pilão), juntamente com alho e a própria farinha seca da raiz e depois cozinhada normalmente com um marisco (caranguejo ou camarão); esta comida se chama "matapa" e é uma das mais populares da culinária moçambicana. Em Angola este esparregado é conhecido como "kissaca".
A farinha de mandioca comumente é preparada a partir da mandioca-brava. Para se extrair a manipuera é necessário o uso do tipiti ou outro tipo de prensa e dela retira-se a caiarema ou carimã, no linguajado popular, polvilho.